MS: pai agride filho por ser gay e diz
que iria 'tirar o capeta a unha'
Um pecuarista foi indiciado por tortura e
injúria por agredir o filho e ameaçar arrastá-lo na rua em Três Lagoas
(MS), a 310 quilômetros da capital. Segundo a denúncia feita à Polícia Civil na
última segunda-feira pela mãe do adolescente de 16 anos, o garoto foi espancado
por ser homossexual. "Ninguém pode ser discriminado por sua opção sexual,
a qual deve ser respeitada por todos", conclui o delegado Paulo Henrique
Rosseto de Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia do município.
De acordo com a mãe, o pecuarista agrediu fisicamente e
tentou trancar o filho em um quarto, sem energia elétrica, durante a madrugada.
"Ele bateu na cara do menino, derrubou ele no chão, montou em cima e
continuou dando socos e tapas em seu rosto e humilhando, dizendo que gay tem
que apanhar mesmo, que é lixo, vagabundo", relatou a mãe.
Para cessar as agressões, os irmãos e mãe levaram a
vítima para a casa da avó. O pai foi ao local, jogou novamente o filho no chão
e começou a agredi-lo com socos e pontapés. "Bateu a cabeça do menino no
chão e dizia que estava 'endemoniado' e que iria tirar o capeta dele na
unha", contou a mãe à polícia.
O garoto foi levado para o hospital pelo próprio pai após
as agressões. No caminho, ameaçou matar o filho caso não mudasse a opção sexual.
Segundo testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do adolescente e
ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo na rua.
O Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a vítima e a
mãe até a 1ª Delegacia de Polícia, onde registraram boletim de ocorrência,
foram ouvidos e encaminhados para exames de lesão corporal. Com medo, a mãe do
adolescente, que alega ter também sido agredida verbalmente pelo pecuarista,
pediu medidas protetivas, para que ele não se aproxime dela ou do garoto.
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