terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Últimas sobre o incêndio em Santa Maria

Instituto de Perícia revê número de mortos: 234  
O incêndio na Boate Kiss deixou 234 mortos, e não 231, como vinha sendo divulgado oficialmente até o momento. De acordo com a chefe da Regional de Santa Maria do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul, Maria Ângela Zucchetto, desde o início houve um erro na lista divulgada pelas autoridades, na qual foram desconsiderados três nomes.
"Nós não tínhamos computador, cabo, nada. Tudo foi feito manualmente. Nós contamos 234 corpos e fizemos a identificação de todos, mas em algum momento do processo esses três nomes não entraram na lista oficial", explicou a Maria Ângela.
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Banda que fazia show na boate Kiss diz que incêndio começou com pane elétrica

Em depoimento dado ao Ministério Público, integrantes da banda Gurizada Fandangueira afirmaram que o incêndio que matou 231 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo, 27, não foi causado por sinalizadores manipulados por eles, mas sim por uma pane elétrica no equipamento da boate. 
"Eles dizem que o sinalizador era de fogo frio, sem pólvora, que não poderia incendiar material algum. E que já haviam usado isso em outras apresentações, inclusive na mesma boate", afirmou a promotora Valeska Agostini, que cuida do caso com o promotor Joel Oliveira Dutra. Por sua vez, os donos da boate afirmaram que não haviam autorizado nenhuma apresentação pirotécnica no local.
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Trinta mil pessoas participam de caminhada em Santa Maria
Vestindo camisetas brancas, carregando flores, balões e cartazes com os nomes das vítimas da tragédia, cerca de 30 mil pessoas fizeram um passeata até a boate Kiss, em Santa Maria, na noite desta segunda-feira, segundo a Polícia Rodoviária Federal. 
Os participantes se concentraram no fim da tarde na praça Saldanha Marinho, no Centro, e foram até o local onde morreram mais de 230 pessoas. Os manifestantes fizeram preces, deram as mãos e se abraçaram.
- Justiça! Justiça! Justiça! - gritaram pessoas em frente ao estabelecimento, que ainda exalava um cheiro forte de queimado.
Durante o percurso, a multidão andou em silêncio. O abatimento era a expressão de todos. Cartazes e faixas homenageavam os mortos.
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          MP suspeita de adulteração de provas 
que causaram incêndio 
O Ministério Público manifestou nesta segunda-feira, 28, suspeitas de que houve adulteração de provas que comprovariam supostas irregularidades na boate Kiss, onde um incêndio no domingo, 27, matou mais de 230 pessoas em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. De acordo a Procuradoria, os proprietários da boate não forneceram imagens das câmeras internas de segurança aos órgãos de investigação e tampouco repassaram os registros do caixa registradora, que poderia comprovar o número de pessoas que entraram no local durante a noite.
Segundo o depoimento de 17 testemunhas, além de imagens de vídeo e conclusão da perícia, deveriam haver mais de 1,5 mil pessoas no local. A polícia afirma que a capacidade máxima aprovada para a boate seria de apenas mil pessoas. Os promotores acham que ainda não há evidências para responsabilizar agentes públicos, como fiscais da Prefeitura, por exemplo, por permitir a realização da festa e o funcionamento da casa.



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129 vítimas seguem internados
A Secretaria Estadual da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul informou o número atualizado de vítimas do incêndio da boate Kiss que seguem hospitalizados pelo Rio Grande do Sul após o incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada de domingo. No total, 129 pacientes seguem internados: 76 em estado grave e 53 em observação.
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Quatro já foram detidos
A suspeita de que os donos da boate Kiss e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira adulteraram provas levou a Polícia Civil a pedir a prisão dos quatro envolvidos na tragédia. Já foram presos Mauro Hoffmann , Elissandro Sphor, conhecido como Kiko e que é também Ator, cantor e empresário, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e Luciano Bonila, montador do palco.

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Corpos de militares chegam ao Rio
Os corpos da capitã Daniele Dias de Mattos e do primeiro-tenente Leonardo Machado de Lacerda, naturais do Rio de Janeiro, mortos no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foram enviados para o Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira, em um vôo da TAM. 
A capitã Daniele era médica e lotada no Hospital Central do Exército, em Benfica, na capital fluminense, e estava de férias em Santa Maria desde o início do mês. Já o tenente Lacerda tinha sido transferido para o 1º Regimento de Carros de Combate, em Santa Maria.
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Corpo de paraguaio seguiu para Assunção
O corpo do paraguaio Guido Ramon Britez Burro, de 21 anos, foi levado na tarde desta segunda-feira para Assunção, onde o jovem será velado e sepultado. O transporte foi feito por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que decolou por volta das 15 horas no aeroporto Salgado Filho. Guido foi uma das 231 vítimas do incêndio da boate Kiss, ocorrido na madrugada de domingo. Ele era estudante de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e foi o único intercambista morto na tragédia.
 
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    Sonho acabado 
A jovem Ana Paula Rodrigues, 21 anos, não tirava férias desde 2010. O trabalho em um loja para crianças na cidade de Salto del Guairá, no Paraguai, tomava o tempo e a dedicação da jovem, que tinha planos de cursar Jornalismo ou Turismo em Santa Maria. 
Ela viajou no dia 18, os quase 900 km que separam Mundo Novo (MS) e Santa Maria, com um casal de amigos, para São Sepé. No sábado, o grupo e mais dois amigos vieram para Santa Maria para ir à festa. Acabaria ali o sonho de Ana.  

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 Sofrimento de uma mãe 
 O programa ‘Mais você’ desta segunda-feira acompanhou o velório coletivo das vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido na madrugada do domingo. A apresentadora Ana Maria Braga conversou com a dona de casa Elaine Gonçalves, que tinha dois filhos na boate no momento do incêndio. Um deles morreu no local, o outro está internado em estado grave em um hospital de Porto Alegre.
Elaine contou, emocionada, que não pode acompanhar a transferência do filho Gustavo para o hospital na capital porque estava velando Davis - o outro filho - no Centro Desportivo Municipal. Inconformada, ela disse à apresnetadora que sempre sonhara em participar do programa, mas não esperava que fosse nessas condições:
— É terrível, é muito triste. Meus filhos saíram de casa bonitos, contentes, faceiros, os dois irmãos juntos. Meu filho saiu para ir a uma festa e agora ele está aqui, dentro de um caixão. Eu exijo justiça — disse ela no programa.
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Fotos de algumas das vítimas do incêndio de Santa Maria, que tiveram suas vidas tiradas, não apenas pela culpa dos proprietários da boate e músicos, mas principalmente por culpa das autoridades que não cumprem com as  suas obrigações e deveres de fiscalizarem e coibirem o errado.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Relato de um sobrevivente da boate Kiss


O personal trainer de 23 anos, Ezequiel Corte Real, estava na boate Kiss, em Santa Maria, e foi um dos sobreviventes que ajudou a retirar pessoas com vida após o início do incêndio. Em sua página pessoal no Facebook, ele relata o que viu e as dificuldades do resgate. Veja o depoimento na íntegra:
“Nunca imaginei que uma brincadeira daria nisso!

Acompanhei o início do fogo que veio das faíscas do sparkles e se propagou pelo teto nas esponjas do isolamento acústico.

Não me apavorei porque não achei que poderia lidar com a situação, mas vi muita gente entrar em pânico, cair e desmaiar umas por cima das outros, era um mar de gente atirada. Vi que muita gente em crise acessou a porta mais próxima, que era a do banheiro e se alojaram lá dentro. Vi pessoal que trabalhava se escondendo até dentro de freezers! Quando vi que não tinha mais jeito de sair pela saída principal dei a volta na areá vip e sai pela lateral empurrando e pisando por cima de muita gente, acredito que não sairia se não fosse pela força que utilizei para passar pelas pessoas, ao sair olhava para baixo e via que pisava e cruzava por cima de mulheres e homens desmaiados.

 Foi uma merda sair por uma porta de no máximo 2 metros e ainda com uma mesa atravessada e todos aqueles corrimões atravessados no meio do caminho. Não vi alarme soando, só gritos, não vi luz de saída, só fumaça. Quando saí me passou na cabeça as pessoas que passei por cima e voltei para retirá-las pois não aguentava escutar berros, ver policias e bombeiros sem dar conta, porque tinha muita gente empilhada. Quando entrei tinha que escolher quem salvar, mas até aí não tinha passado na cabeça a MORTE.

Muita gente apavorada e nenhuma organização, tivemos que levar muitas pessoas desmaiadas no colo até o topo daquela subida para largar dentro de ambulâncias, uma estratégia deveria ser montada faltou para aproximar atendimento das vítimas, mas não culpo porque mal cabia duas pessoas dentro de cada ambulância

Sem ter saída para a fumaça e não podendo ver mais ninguém para poder ajudar começamos a abrir um buraco na parede, arrancar madeiras, grades, janelas destruíramos o isolamento acústico. Ao abrir o buraco na parede para entrar no caixa e um bombeiro me convidou para entrar porque sozinho não conseguiria tirar as pessoas. Entrei e pela primeira vez vi a morte pessoalmente. Vibrava a cada pessoa que saía, mas eu via que nenhum estava com vida. Vizinhos me molhavam e molhavam panos para que eu pudesse entrar mais para o meio da boate, logo um enfermeiro do SAMU me pediu para sair lá de dentro, pois tinha risco de desabar. Não acreditei e ele me mostrou que todos que saiam daí para frente estavam mortos, mesmo assim voltei, peguei uma lanterna com um policial e voltei para ver se alguém se mexia ou pedia socorro. No primeiro momento que liguei e foquei a luz na área vip vi muitos corpos, não sabia mais o que fazer, perdi forças porque vi gente pendurada em grades, vi pessoas empilhadas uma por cima das outras e não era uma ou duas dezenas, era muita gente.

Imagem que nunca apagarei da minha cabeça, não tive força física para ficar ali e tive que sair derrotado de dentro daquele buraco, não entendi a noção e o tamanho da tragédia. Vim abatido para casa, pois não aguentava a dor nas pernas e na cabeça. Acordei agora ao meio dia com amigos atrás de mim, liguei a tv e vi a relação de pessoas mortas.

Queria ter feito mais! Mas sei que tanto eu quanto meus amigos e voluntários deram o máximo.
Agradeço a todos, pois são irmãos que abraçaram a causa e davam sangue pelas vítimas.”

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domingo, 27 de janeiro de 2013

Número de mortes após incêndio em boate já chega a 245




 Do G1
O incêndio ocorrido na madrugada deste domingo (27) na boate Kiss, em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, já deixou pelo menos 245 mortos, segundo a Brigada Militar. O resgate dos corpos no local da tragédia foi concluído no final da manhã. Pelo menos outras 48 pessoas ficaram feridas e foram levadas para atendimento em hospitais da região. O número total de vítimas fatais e de feridos ainda é desconhecido.

A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local em busca de mais informações sobre as circunstâncias da tragédia.

Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava fez uma espécie de show pirotécnico, usando um sinalizador.
As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos.

O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.

(Texto atualizado às 22h01)   -  O número de mortos em um incêndio na boate Kiss em Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul, foi corrigido para 232, sendo 120 homens e 112 mulheres, segundo o Batalhão de Operações Especiais. Além disso, 131 pessoas ficaram feridas.

Anteriormente, a Brigada Militar havia informado, em uma entrevista coletiva, o número de 245 mortos. Um caminhão precisou realizar quatro viagens para retirar os corpos do local e levá-los até um ginásio.

 

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domingo, 13 de janeiro de 2013

Milhares protestam contra casamento gay em Paris


Do ESTADÃO
 Milhares de pessoas protestam neste domingo, 13, pelas ruas de Paris, na França, contra o casamento gay, uma reforma polêmica que o presidente François Hollande promete executar em junho. O número, estimado e divulgado em 800 mil pelos organizadores da marcha em Champ de Mars, foi desmentido pela polícia, que estimou a participação em apenas 340 mil pessoas.


Os protestantes chegaram a Paris em cinco trens de alta velocidade, 900 ônibus e inúmeros comboios de carros que deixaram cidades na província, muitos antes do amanhecer, em direção a três pontos da capital francesa para as marchas. O protesto converge para a Torre Eiffel nesta tarde.
Apoiados pela hierarquia católica, ativistas mobilizaram uma coalizão híbrida de famílias religiosas, políticos conservadores, muçulmanos, evangélicos e até mesmo homossexuais que se opõem ao casamento gay para a demonstração de força. 

Protesto no Vaticano. Também na manhã deste domingo quatro integrantes do Femen, grupo conhecido pela ousadia de suas manifestações sobre os mais variados assuntos, foram detidas durante a missa dominical realizada pelo Papa Bento XVI na Praça de São Pedro, no Vaticano. 

Com dizeres 'in gay we trust' (em gays confiamos), em contraposição ao tradicional 'in God we trust' (em Deus confiamos), escritos nas costas e no tórax, as ativistas se manifestaram a respeito da publicação do Jornal do Vaticano que condenou a adoção por homossexuais depois que a Justiça garantiu a uma mãe homossexual a custódia de seu filho. 

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domingo, 6 de janeiro de 2013

2013, o ano que já terminou

Ruth e FHC, Chile, 1968 - Arquivo Pessoal/ Instituto FHC
 O ano de 2012 se encerrou de forma absolutamente normal no Congresso Nacional. Em sua última sessão, o Senado aprovou um trem da alegria para os três poderes, com a criação de milhares de cargos numa só canetada.

É normal porque a caneta era de José Sarney, companheiro de Dilma Rousseff, uma aliança que, todos sabem, serve ao Brasil de todos – todos os que fizeram as amizades certas.

Se você está de fora dessa, terá que cumprir em 2013 o destino trágico dos reles mortais, esses infelizes que não têm uma Rosemary para chamar de sua – e que ainda fazem uma coisa primária que os companheiros revolucionários não precisam mais fazer: trabalhar.

Mas não se desespere. A vida dos excluídos (do banquete petista) tem lá suas compensações. É bem verdade que você nunca verá um filho seu ficar famoso da noite para o dia por ter arranjado uma boquinha na Anac ou no Senado.

Nunca lhe convidarão, também, para uma reunião com José Dirceu para “reforçar o Marco Maia”. Enfim, você não tem a menor importância na República do Oprimido, mas nem tudo são espinhos: ninguém lhe pedirá para cantar “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” em desagravo ao filho do Brasil – o que já é um vidão.

Para consolar os excluídos, os que vivem miseravelmente sem acesso a uma única teta do Estado brasileiro, uma ponderação: o Brasil se tornou um país previsível, de rumo firme, o que torna possível antecipar o que vai acontecer em 2013.

Isto jamais seria possível antes do Descobrimento (em 2003) – portanto, não reclame de barriga cheia.

Em março, Dilma Rousseff convocará a primeira cadeia nacional de rádio e TV da série 2013. Fará um pronunciamento à nação pelo Dia Internacional da Mulher. Falará com a voz embargada, sobre um fundo de violinos, e se a iluminação do estúdio estiver correta, parecerá ter os olhos molhados.

Encherá os brasileiros de orgulho por serem governados por uma “presidenta” – palavra que seus assessores saberão encaixar no discurso – e anunciará algum programa social novo, tipo Brasil Caridoso, Brasil Sem Tristeza ou Brasil Fofo.

Apresentará uma estatística impressionante, encomendada ao Ipea e à FGV, mostrando que nos anos Fernando Henrique lugar de mulher era na cozinha.
(Guilherme Fiúza, ÉPOCA)

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