quarta-feira, 31 de julho de 2013

Turismo religioso - um grande investimento


Turismo religioso rende mais
dinheiro do que a Copa do Mundo

O portal EcoD reporta que o turismo religioso, no Brasil, movimenta R$ 61,7 bilhões por ano e que 3,6% de todas as viagens aéreas nacionais são para transportar cerca de 8,1 milhões de peregrinos.
Mundialmente, o turismo religioso movimento aproximadamente 330 milhões de pessoas, gerando receita de US$ 468 bilhões, o equivalente a R$ 1 trilhão.

> Copa das Confederações
A Copa das Confederações, de acordo com o Ministério do Turismo, movimentou, em todo o Brasil, 230 mil turistas brasileiros e 20 mil estrangeiros, gerando receita de R$ 740 milhões.

> Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) reporta que a JMJ levou até o Rio de Janeiro 1,5 milhão de brasileiros e 500 mil estrangeiros – de 61 países - que geraram receita de R$ 1,2 bilhão à cidade.
Apenas o Rio de Janeiro, com o turismo religioso da eventual visita do papa Francisco, recebeu mais pessoas, que geraram mais renda, do que a Copa das Confederações em todo o Brasil.

> Copa do Mundo 
A expectativa do Ministério do Turismo é que a Copa do Mundo de 2014 traga ao Brasil 600 mil pessoas - o que é apenas 100 mil a mais do que trouxe a JMJ – é gere receitas aproximadas de R$ 3 bilhões.
Para sedia-la, os governos federal e estaduais, em renúncias fiscais, investimentos diretos, e financiamentos (o BNDES jamais receberá um tostão do que “emprestou” para fazer estádios) despendem R$ 28 bilhões.

> Custo da JMJ
O governo federal, o estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro despenderam com o a visita do papa (números oficiais) aproximadamente R$ 320 milhões, para uma receita de R$ 1,2 bilhão.

> Fazendo as contas
Se a Copa do Mundo corresponder às expectativas do Ministério do Turismo e gerar R$ 3 bilhões de receita, nós ficaremos com R$ 25 bilhões de déficit (R$ 28 bilhões minus R$ 3 bilhões).
A visita do papa nos deu R$ 880 milhões de lucro (R$ 1,2 bilhão minus R$ 320 milhões). Portanto, eu acho melhor o governo federal se virar para trazer o Francisco todos os anos em uma capital de estado e nunca mais pensar em sediar Copa do Mundo.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Cabral e Paes impunes

Quando Cabral e Paes pagarão pelos crimes cometidos?

Durante a entrevista que o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes deram a jornalistas em Campo Grande, numa sala de aula da Escola Municipal Casimiro de Abreu, uma moradora gritou do lado de fora da escola: "Isso é uma vergonha, gente! Tem gente morrendo aqui". 

Imagem mostra jato d'água formado com rompimento da adutora no Rio
Uma menina de três anos morreu e outras pessoas ficaram feridas após o rompimento de uma adutora no bairro na madrugada desta terça-feira, 30. A escola está sendo usada como ponto de apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, que faz cadastramento dos moradores atingidos pelo rompimento da tubulação da Companhia Estadual de Água e Esgoto no bairro.
A entrevista foi encerrada depois de cerca de cinco minutos e os dois saíram da sala, com seguranças e assessores, para pegar uma van com vidros escuros, estacionada no pátio da escola, que os levaria embora. Quando a van cruzou o portão e chegou à rua, moradores cercaram o veículo e xingaram o governador e o prefeito de "safados" e "corruptos".

Quando a van foi embora, acompanhada de um carro preto da segurança, uma mulher continuou: "Eles dizem que vão indenizar todo mundo, mas isso é mentira! Já perdi minha casa há três anos e não recebi nada."


Cedae diz que tubulação de adutora que rompeu é nova
O diretor de produção da Cedae, Jorge Briarde, disse, na manhã desta terça-feira, que a tubulação da adutora que rompeu por volta das 5h30m na Estrada do Mendanha, em Campo, Grande, era nova. Segundo ele, o que aconteceu foi um “acidente pontual”. O jato de água - que chegou a 20 metros de altura - atingiu casas num trecho da Favela da Carobinha.

Enquanto o funcionário da Cedae dava explicações, o morador de uma área próxima, Caíque do Nascimento, 32 anos, aproveitava para fazer um protesto solitário. Ele segurava um cartaz com a frase: “Até quando vamos aguentar tantas tragédias”.

 
 

sábado, 27 de julho de 2013

Papa Francisco, um argentino gente boa


Algazarra do bem

 Além dos milagres já anunciados — fazer os brasileiros se apaixonarem por um argentino e, mais, um argentino humilde, alguém conhece outro? — o Papa Francisco está promovendo um espetáculo ao qual nem as nossas mais famosas festas pagãs, o carnaval e o futebol, nem o réveillon, que é meio profano, meio religioso, se equiparam em fervor e alegria natural (sem o estímulo etílico).

Levar 500 mil pessoas às areias encharcadas de Copacabana num dia e, no seguinte, o dobro disso para assistirem a demoradas cerimônias religiosas debaixo de uma chuva cortante e sob um frio desconhecido, que parece ter sido trazido na mochila dos peregrinos noruegueses, é um feito inédito.

Ele atribuiu à força da fé essa afluência de multidões molhadas para vê-lo, ouvi-lo e, quando possível, tocá-lo. De fato, tirar as pessoas de casa ou dos alojamentos para enfrentar um trânsito caótico que não poupou nem o Sumo Pontífice na chegada, suportar pane do metrô e falta de ônibus, entrar em filas intermináveis para obter senhas, acordar de madrugada, aguentar enfim estoicamente a indesculpável desorganização de um evento previsto há meses, só mesmo por milagre. Bote fé nisso!

“Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva, mas vocês estão mostrando que a fé é mais forte que o frio e a chuva”, ele discursou ontem na comunidade de Manguinhos.

Por modéstia, não acrescentou que, tanto quanto a fé, há o seu carisma e incrível capacidade de mobilizar as massas, empolgá-las e seduzi-las com palavras e gestos, graça e humor. E a resistência física?
  -  Zuenir Ventura  -