Livro revela que ditadura tinha fornos crematórios

No livro "Memórias de uma Guerra Suja" (Topbooks), dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros,  o ex-delegado capixaba Cláudio Guerra, 71, confessou sua participação na morte de ao menos doze militantes que pegaram em armas para enfrentar o regime militar. 

Ele se tornou pastor evangélico e resolveu contar tudo, e ainda afirmou estar disposto a depor na Comissão da Verdade. Dez corpos de presos políticos mortos sob tortura teriam sido queimados no forno de uma usina de açúcar pertencente à família do ex-governador do Estado do Rio Heli Ribeiro Gomes.

 - Fui responsável por levar dez corpos de presos políticos para lá, todos mortos pela tortura, disse. 

Das dez vítimas, quatro eram do Partido Comunisa Brasileiro (PC). Esta é a relação das vítimas:

- João Batista Rita
Desaparecido em 13.jan.1974
Organização: M3G (Marighella, Marx, Mao e Guevara)
- Joaquim Pires Cerveira
Desaparecido em 13.jan.1974
Organização: FLN (Frente de Libertação Nacional)
- Ana Rosa Kucinski Silva
Desaparecida em 22.abr.1974
Organização: ALN (Ação Libertadora Nacional)
- Wilson Silva
Desaparecido em 22.abr.1974
Organização: ALN
- David Capistrano da Costa
Desaparecido em 16.mar.1974
Organização: PCB (Partido Comunista Brasileiro)
- José Roman
Desaparecido em 16.mar.1974
Organização: PCB
- João Massena Melo
Desaparecido em 03.abr.1974
Organização: PCB
- Luiz Ignácio Maranhão Filho
Desaparecido em 3.abr.1974
Organização: PCB
- Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira
Desaparecido em 23.fev.1974
Organização: APML (Ação Popular Marxista Leninista)
- Eduardo Collier Filho
Desaparecido em 23.fev.1974
Organização: APML

Da Coluna do Cláudio Humberto

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