quinta-feira, 17 de maio de 2012

Cláudio Guerra sofre atentado


Autor do livro Memórias de Uma Guerra Suja, o ex-delegado Cláudio Guerra, que foi diretor do DOPS do Espírito Santo, denunciou aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros uma tentativa de assassinato. 

Guerra falou aos dois jornalistas durante três anos no depoimento publicado em livro este mês pela editora Topbooks.  

Três homens rondaram a casa de repouso onde Cláudio Guerra vive escondido, no interior do Estado, sob responsabilidade da Vara de Execuções Criminais de Vila Velha (ES) e agora sob proteção da Polícia Federal. 

A tentativa frustrada de morte aconteceu sete horas antes da instalação, em Brasília, da Comissão Nacional da Verdade, em solenidade presidida por Dilma Rousseff e com a presença de quatro ex-presidentes da República – José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

 O ex-delegado Cláudio Guerra já se ofereceu para falar à Comissão da Verdade sobre a morte de quase uma centena de opositores da ditadura na década de 1970, além de revelar detalhes inéditos sobre a execução encomendada do ex-delegado Sérgio Fleury, o atentado do Riocentro e a queima dos corpos de torturados em fornos de usinas de açúcar.

 “Eu vou pocar”, dizia um dos três homens que cercaram o seu alojamento. Na gíria policial, pocar é atirar. Policial experiente, Guerra imaginou estar sendo atraído para uma emboscada, fora do quarto. Ficou lá dentro e ligou para o número da polícia, o 190, mas os policiais não encontraram mais ninguém, meia hora após o chamado. Ficaram apenas as marcas dos sapatos embarrados no peitoral da varanda, onde os peritos agora ainda buscam digitais.


Da Coluna do Cláudio Gumberto

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