Mentor da CPI do Cachoeira, que só saiu graças à pressão
que ele fez sobre líderes governistas no Congresso, o ex-presidente Lula pode
virar um dos seus alvos, conforme destacado pela coluna do Claudio Humberto na última terça (104): o advogado
Rogério Buratti, amigo do ex-ministro Antonio Palocci, afirmou em depoimento à
CPI dos Bingos, em 2005, que em parceria com "empresários dos jogos"
do Rio e de São Paulo, o bicheiro Carlos Cachoeira teria dado R$ 1 milhão de
caixa dois para campanha de Lula em 2002.
O assunto foi retomado neste domingo
pelas jornalistas Andreza Matais e Andréia Sadi, da Folha de S. Paulo. Diz o texto
da CPI dos Bingos:
"Rogério Tadeu Buratti afirmou de maneira firme e clara
que o senhor Waldomiro Diniz, representando José Dirceu, arrecadou dinheiro de
'bingueiros' no Estado do Rio de Janeiro, e ainda da Gtech e do empresário de
jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que o valor arrecadado por
Waldomiro seria algo em torno de R$ 1 milhão.
" No total, segundo o
relatório, "empresas de jogos" irrigaram "a campanha do
presidente Lula e o PT" com R$ 2 milhões de reais. "Os recursos
transitaram pelo comitê financeiro da campanha." Buratti foi
secretário do ex-ministro Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP).
Waldomiro Diniz, citado por ele, era braço direito do então ministro José
Dirceu, que coordenou a campanha de Lula em 2002. A investigação da
denúncia não foi realizada graças a uma manobra governista que impediu a quebra
de sigilos bancários.
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