Já completado um ano da tragédia climática na Região Serrana, a população friburguense não viu concluída qualquer das obras de reconstrução prometidas pela presidente da República, Dilma Rousseff, e pelo governador Sérgio Cabral.
No dia 3 de maio do ano passado—quatro meses após o evento climático que matou centenas de pessoas e provocou prejuízos imensuráveis—Dilma e Cabral ganharam os holofotes no Palácio Guanabara, no Rio, ao anunciarem o primeiro pacote de obras, que incluía recursos para recuperação de oito encostas, construção de 3.200 unidades habitacionais e reconstrução de 21 pontes.
Com centenas de deslizamentos, as contenções de encostas escolhidas pelos governos estadual e federal foram da Praça do Suspiro, Cristina Ziede, Tingly, Clube dos 50, Miosótis (Paissandu), Condomínio dos Pássaros (Córrego Dantas) e Rua Sylvio Henrique Braune (Suspiro). Na ocasião, surgiram muitas críticas porque as áreas de maior densidade populacional não foram beneficiadas.
Nenhum imóvel popular prometido, por enquanto, começou a ser construído. Suplantadas as barreiras burocráticas, a assinatura do contrato entre o governo estadual e uma subsidiária da Odebrecht para a construção das habitações deve ter sido efetivado ontem, 11/01 - um dia antes de completado um ano da tragédia climática.
E a quantidade de imóveis é muito menor do que a anunciada anteriormente: serão erguidos 2.200 apartamentos na região Trilha do Céu, no distrito de Conselheiro Paulino. A previsão é que as unidades habitacionais sejam entregues daqui a um ano.
Se poucas encostas estão sendo recuperadas e nenhuma casa começou ainda a ser construída em Nova Friburgo, a situação é ainda pior com relação às prometidas 21 pontes—o governo estadual ainda nem começou a licitar as mesmas. A argumentação é que, como a tragédia provocou a mudança de vários leitos de rios, haverá necessidade de se fazer um estudo técnico mais aprofundado, antes da elaboração do projeto para a implantação das referidas pontes.
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