O policial militar João Dias Ferreira, preso na quarta-feira na sede do governo do Distrito Federal com R$ 159 mil, disse à Polícia Civil que o dinheiro era propina dada pelo irmão e pela chefe de gabinete do secretário de Governo, Paulo Tadeu, principal aliado do governador Agnelo Queiroz (PT).
Ferreira foi preso na secretaria de Governo, após jogar o dinheiro na mesa de servidoras, por injúria e lesão corporal. À Polícia Civil, Ferreira disse que foi ao Palácio do Buriti devolver o dinheiro que havia recebido no último domingo.
"O autor (João Dias Ferreira) negou as agressões, apenas reconhecendo os xingamentos mútuos, alegando que estava devolvendo a quantia que lhe havia sido entregue em sua residência, pela senhora Paula, pelo irmão do secretário Paulo Tadeu, e por outras pessoas cujos nomes não declinou", diz o Boletim de Ocorrência.
Uma das citadas é Paula Batista de Araújo, chefe de gabinete de Paulo Tadeu e apontada como uma das vítimas da prisão ocorrida na quarta-feira. Segundo o advogado de Ferreira, André Cardoso, o policial havia recebido "inúmeras" propostas de propina de pessoas ligadas a Agnelo Queiroz, como forma de "cala-boca".
Cardoso diz que o policial decidiu então aceitar a última oferta para que pudesse gravar a entrega do dinheiro. Ferreira é dono de duas ONGs que desviaram mais de R$ 3 milhões do Esporte, quando o petista Agnelo Queiroz era ministro e também na gestão de Orlando Silva, que caiu após as acusações.
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